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22 de setembro de 2023Em geral, o sentimento passa a ser caracterizado como um transtorno quando prejudica o desenvolvimento de atividades diárias e o bem-estar do indivíduo.
Apesar do índice elevado de casos, fatores como a falta de acesso a serviços especializados e a hesitação para buscar ajuda tendem a agravar a situação.
Por isso, conhecer os sintomas, buscar acompanhamento médico e identificar as causas do problema são os primeiros passos para controlar as crises e garantir mais qualidade de vida a quem sofre com o transtorno.
O que é ansiedade?
A ansiedade é uma reação natural do corpo relacionada à preocupação e ao medo. Ela pode se tornar uma condição psicológica quando torna-se um excesso e passa a atrapalhar atividades rotineiras.
Com isso, pode-se desencadear um transtorno que leva às crises com sintomas mentais e físicos. Nesses casos, a reação passa a ter um impacto negativo na vida e no bem-estar da pessoa.
Nos últimos anos, foi possível observar um crescimento no número de pessoas que sofrem com o transtorno.
Durante a pandemia, por exemplo, os casos de depressão e ansiedade aumentaram 25%, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde).
O que provoca a ansiedade?
Entender o que causa o transtorno é um dos primeiros passos para tratá-lo. No entanto, não existe um único fator que gera essa questão psicológica: ela pode se manifestar por diferentes motivos em cada pessoa.
De maneira geral, está associada a causas multifatoriais. As principais fontes do problema são:
- fatores genéticos;
- gatilhos e traumas específicos;
- doenças físicas e distúrbios hormonais;
- fatores ambientais, como estresse no trabalho.
Além disso, ela pode ser uma consequência de outros transtornos mentais, como a depressão, por exemplo. O oposto também pode acontecer: a ansiedade desencadear uma depressão.
É possível também que os transtornos sejam provocados por uma combinação entre dois ou mais dos fatores listados acima.
Quais são os principais sintomas da ansiedade?
Reconhecer os sintomas de transtorno de ansiedade é o primeiro passo para identificar o problema, buscar ajuda profissional e receber o tratamento adequado.
Inquietação constante
Quem sofre com esse transtorno tende a apresentar uma mente mais acelerada, com excesso de preocupações e pensamentos. Por isso, a inquietação é um sintoma comum.
O indivíduo pode ter dificuldade em ficar parado, focar em uma tarefa ou relaxar. Além disso, a pessoa pode buscar múltiplos afazeres ao longo do dia.
Alterações de sono
De acordo com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), mais de 70% dos brasileiros sofrem com alterações de sono, como insônia.
Em alguns casos, o problema pode ser um sintoma do transtorno mental, causado pelo pensamento acelerado e pelo acúmulo de preocupações.
Além da insônia e da dificuldade para dormir, alguns tipos de transtorno, como o de estresse pós-traumático, também podem aumentar a frequência de pesadelos, o que impacta na qualidade do sono.
Desregulação de apetite
Quando ansiosa, a pessoa tende a comer mais rápido, sem prestar atenção nos sabores e na mastigação, por exemplo.
Isso pode prejudicar a sensação de saciedade do corpo e levar ao consumo de maiores quantidades de alimentos.
Além disso, algumas pessoas podem desenvolver uma compulsão alimentar, tendo a comida como uma válvula de escape para as sensações que não consegue controlar.
Tensão muscular
As preocupações, o nervosismo e a angústia geram diferentes reações no corpo e a tensão muscular é uma delas, sendo um dos principais exemplos do que a ansiedade pode causar no corpo.
Como reflexo dessa falta de relaxamento, os músculos permanecem contraídos, gerando tensão em pontos distintos, como nos ombros, na nuca e nas costas, por exemplo.
Esse processo transfere as tensões para essas áreas e trava os músculos, podendo gerar dor e desconforto.
Excesso de preocupações
Pessoas ansiosas tendem a apresentar uma preocupação excessiva com o futuro, o que pode gerar angústia e ampliar os sintomas do transtorno.
Quando as preocupações deixam de ser pontuais e passam a ser frequentes, trazendo angústias incontroláveis em relação a temas corriqueiros, elas podem afetar a eficiência de atividades diárias e, com isso, se tornam um problema.
Além dos sintomas psicológicos, esse excesso também pode ter impactos físicos, como dores de cabeça constantes, problemas digestivos e dores musculares.
Medos irracionais
O medo excessivo, em que a pessoa enxerga perigo em todas as situações do dia a dia, é um sintoma do transtorno e pode prejudicar a realização de atividades rotineiras.
Mudanças repentinas de humor
O volume de emoções pode levar a mudanças bruscas de humor ao longo do dia. A pessoa pode estar eufórica em um momento e logo em seguida ter uma crise de choro, por exemplo.
Essas alterações repentinas sem explicação aparente podem ser um sinal de que o sentimento tornou-se um transtorno.
A irritabilidade também é um dos sintomas do transtorno, assim como a sensação de tensão constante.
Pensamentos obsessivos
Os pensamentos indesejados que geram angústia, medo ou preocupações e surgem de maneira recorrente também são sinais de alerta. Esse é um sintoma característico do transtorno obsessivo-compulsivo.
Com o ciclo repetitivo, pensar em determinada situação ou acontecimento é algo que a pessoa não consegue controlar e torna-se uma obsessão.
Dificuldade de concentração
A inquietação também pode gerar uma dificuldade de concentração. Uma das características do sentimento de ansiedade é a preocupação com o futuro, o que dificulta o foco no momento presente.
Nesse contexto, a agitação é constante e não permite que a mente relaxe. Com isso, o indivíduo passa a ter problemas para realizar atividades básicas como estudar, trabalhar ou cozinhar, por exemplo.
Nervosismo frequente
O nervosismo é outro sintoma comum, atrelado a inquietação e motivado pelas preocupações constantes de uma mente ansiosa e acelerada.
Com um turbilhão de pensamentos, a pessoa pode sentir diferentes emoções sobre diferentes situações ao mesmo tempo, ampliando a sensação de angústia.
Dificuldade para socializar
Os sintomas do transtorno também podem desencadear uma dificuldade na socialização. Ao sentir-se ansiosa, a pessoa pode evitar contato social.
Além disso, o transtorno pode causar uma sensação de desconexão com o ambiente externo, o que pode levar a desrealização.
Sensação de desconexão consigo mesmo
Assim como a desrealização, a despersonalização traz um sentimento de desconexão, mas dessa vez está relacionado a conexão consigo mesmo e não com o ambiente externo.
Esse pode ser um dos sintomas do transtorno mental, caracterizado pela sensação de desconexão com o próprio corpo, com a própria mente ou com os próprios sentimentos.
Nesses casos, as pessoas podem sentir uma falta de emoção e uma sensação de entorpecimento físico e mental.
O que a ansiedade pode causar no corpo?
Os sintomas de transtorno de ansiedade vão além do campo psicológico e podem refletir também no físico, causando diferentes reações no corpo, como:
- boca seca;
- braços dormentes;
- náuseas e diarreia;
- problemas digestivos;
- calafrios, suor e tremores;
- taquicardia e dores no peito;
- respiração acelerada e falta de ar.
As crises podem se manifestar de forma diferente para cada pessoa, por isso o diagnóstico e o tratamento profissional são importantes.
Fonte: cnnbrasil.com.br
Foto: pixabay


