Em geral, o sentimento passa a ser caracterizado como um transtorno quando prejudica o desenvolvimento de atividades diárias e o bem-estar do indivíduo.
Apesar do índice elevado de casos, fatores como a falta de acesso a serviços especializados e a hesitação para buscar ajuda tendem a agravar a situação.
Por isso, conhecer os sintomas, buscar acompanhamento médico e identificar as causas do problema são os primeiros passos para controlar as crises e garantir mais qualidade de vida a quem sofre com o transtorno.
A ansiedade é uma reação natural do corpo relacionada à preocupação e ao medo. Ela pode se tornar uma condição psicológica quando torna-se um excesso e passa a atrapalhar atividades rotineiras.
Com isso, pode-se desencadear um transtorno que leva às crises com sintomas mentais e físicos. Nesses casos, a reação passa a ter um impacto negativo na vida e no bem-estar da pessoa.
Nos últimos anos, foi possível observar um crescimento no número de pessoas que sofrem com o transtorno.
Durante a pandemia, por exemplo, os casos de depressão e ansiedade aumentaram 25%, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde).
Entender o que causa o transtorno é um dos primeiros passos para tratá-lo. No entanto, não existe um único fator que gera essa questão psicológica: ela pode se manifestar por diferentes motivos em cada pessoa.
De maneira geral, está associada a causas multifatoriais. As principais fontes do problema são:
Além disso, ela pode ser uma consequência de outros transtornos mentais, como a depressão, por exemplo. O oposto também pode acontecer: a ansiedade desencadear uma depressão.
É possível também que os transtornos sejam provocados por uma combinação entre dois ou mais dos fatores listados acima.
Reconhecer os sintomas de transtorno de ansiedade é o primeiro passo para identificar o problema, buscar ajuda profissional e receber o tratamento adequado.
Inquietação constante
Quem sofre com esse transtorno tende a apresentar uma mente mais acelerada, com excesso de preocupações e pensamentos. Por isso, a inquietação é um sintoma comum.
O indivíduo pode ter dificuldade em ficar parado, focar em uma tarefa ou relaxar. Além disso, a pessoa pode buscar múltiplos afazeres ao longo do dia.
Alterações de sono
De acordo com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), mais de 70% dos brasileiros sofrem com alterações de sono, como insônia.
Em alguns casos, o problema pode ser um sintoma do transtorno mental, causado pelo pensamento acelerado e pelo acúmulo de preocupações.
Além da insônia e da dificuldade para dormir, alguns tipos de transtorno, como o de estresse pós-traumático, também podem aumentar a frequência de pesadelos, o que impacta na qualidade do sono.
Desregulação de apetite
Quando ansiosa, a pessoa tende a comer mais rápido, sem prestar atenção nos sabores e na mastigação, por exemplo.
Isso pode prejudicar a sensação de saciedade do corpo e levar ao consumo de maiores quantidades de alimentos.
Além disso, algumas pessoas podem desenvolver uma compulsão alimentar, tendo a comida como uma válvula de escape para as sensações que não consegue controlar.
Tensão muscular
As preocupações, o nervosismo e a angústia geram diferentes reações no corpo e a tensão muscular é uma delas, sendo um dos principais exemplos do que a ansiedade pode causar no corpo.
Como reflexo dessa falta de relaxamento, os músculos permanecem contraídos, gerando tensão em pontos distintos, como nos ombros, na nuca e nas costas, por exemplo.
Esse processo transfere as tensões para essas áreas e trava os músculos, podendo gerar dor e desconforto.
Excesso de preocupações
Pessoas ansiosas tendem a apresentar uma preocupação excessiva com o futuro, o que pode gerar angústia e ampliar os sintomas do transtorno.
Quando as preocupações deixam de ser pontuais e passam a ser frequentes, trazendo angústias incontroláveis em relação a temas corriqueiros, elas podem afetar a eficiência de atividades diárias e, com isso, se tornam um problema.
Além dos sintomas psicológicos, esse excesso também pode ter impactos físicos, como dores de cabeça constantes, problemas digestivos e dores musculares.
Medos irracionais
O medo excessivo, em que a pessoa enxerga perigo em todas as situações do dia a dia, é um sintoma do transtorno e pode prejudicar a realização de atividades rotineiras.
Mudanças repentinas de humor
O volume de emoções pode levar a mudanças bruscas de humor ao longo do dia. A pessoa pode estar eufórica em um momento e logo em seguida ter uma crise de choro, por exemplo.
Essas alterações repentinas sem explicação aparente podem ser um sinal de que o sentimento tornou-se um transtorno.
A irritabilidade também é um dos sintomas do transtorno, assim como a sensação de tensão constante.
Pensamentos obsessivos
Os pensamentos indesejados que geram angústia, medo ou preocupações e surgem de maneira recorrente também são sinais de alerta. Esse é um sintoma característico do transtorno obsessivo-compulsivo.
Com o ciclo repetitivo, pensar em determinada situação ou acontecimento é algo que a pessoa não consegue controlar e torna-se uma obsessão.
Dificuldade de concentração
A inquietação também pode gerar uma dificuldade de concentração. Uma das características do sentimento de ansiedade é a preocupação com o futuro, o que dificulta o foco no momento presente.
Nesse contexto, a agitação é constante e não permite que a mente relaxe. Com isso, o indivíduo passa a ter problemas para realizar atividades básicas como estudar, trabalhar ou cozinhar, por exemplo.
Nervosismo frequente
O nervosismo é outro sintoma comum, atrelado a inquietação e motivado pelas preocupações constantes de uma mente ansiosa e acelerada.
Com um turbilhão de pensamentos, a pessoa pode sentir diferentes emoções sobre diferentes situações ao mesmo tempo, ampliando a sensação de angústia.
Dificuldade para socializar
Os sintomas do transtorno também podem desencadear uma dificuldade na socialização. Ao sentir-se ansiosa, a pessoa pode evitar contato social.
Além disso, o transtorno pode causar uma sensação de desconexão com o ambiente externo, o que pode levar a desrealização.
Sensação de desconexão consigo mesmo
Assim como a desrealização, a despersonalização traz um sentimento de desconexão, mas dessa vez está relacionado a conexão consigo mesmo e não com o ambiente externo.
Esse pode ser um dos sintomas do transtorno mental, caracterizado pela sensação de desconexão com o próprio corpo, com a própria mente ou com os próprios sentimentos.
Nesses casos, as pessoas podem sentir uma falta de emoção e uma sensação de entorpecimento físico e mental.
Os sintomas de transtorno de ansiedade vão além do campo psicológico e podem refletir também no físico, causando diferentes reações no corpo, como:
As crises podem se manifestar de forma diferente para cada pessoa, por isso o diagnóstico e o tratamento profissional são importantes.
Fonte: cnnbrasil.com.br
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