Sustentabilidade - Hospital San Julian
Hoje vemos a urgência de se praticar uma alimentação saudável e rica em nutrientes. Tal discussão gira em torno sobre os benefícios da comida orgânica tanto para a nossa saúde quanto para o meio ambiente (ganhou até o dia 25 de maio para comemorar e difundir a importância desta alimentação). Os alimentos orgânicos são produtos produzidos em condições 100% sustentáveis (sem nenhuma agressão ao meio ambiente) e livres de agrotóxicos prejudiciais à saúde. Através da Lei 10.831, de 23 de dezembro de 2003, temos a regulamentação de sua produção no Brasil. Entre as abordagens da lei consta a não utilização de substâncias tóxicas no cultivo, pois segundo especialistas do INSPER (instituto de ensino e pesquisa de São Paulo) os agrotóxicos acabam permanecendo nos alimentos e a depender da toxicidade da substância e da quantidade, pode causar sérios problemas como: reações alérgicas, malformação em bebês, distúrbios hormonais, câncer e problemas respiratórios.
Podemos citar, por exemplo, o uso de glifosato na agricultura de soja que está associado a 503 mortes infantis por ano (segundo dados da BBC, 2021). Também segundo a pesquisa, o uso do glifosato prejudica a saúde dos bebês em sua formação: maior probabilidade de baixo peso ao nascer e maior probabilidade de nascimentos prematuros. Em resumo, a pesquisa afirma que os efeitos negativos diante a saúde dos bebês são particularmente mais fortes na exposição do glifosato. A exposição não pretende criminalizar o uso de agrotóxicos aprovados com antecedência pelos órgãos de fiscalização do Brasil, mas alertar que o cultivo, sem os mesmos, é possível e mais benéfico para a saúde da população. É fato também que o uso de agrotóxicos afeta o meio ambiente (rios e solos) e que a não utilização torna-se sinônimo de um ato sustentável.
Para entendermos a situação em âmbito internacional, vale ressaltar algumas diferenças, por exemplo, sobre o uso do glifosato em outras regiões fora do Brasil. Na União Europeia, existe um debate sobre a possibilidade de proibir o uso do agrotóxico pela evidência em pesquisas, segundo a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, que apontam a substância como um provável carcinógeno humano (causador de câncer). Na Europa a autorização do uso do glifosato vale até dezembro de 2022. Na Áustria o produto já foi banido em 2019. Na Alemanha existe um planejamento em banir a substância a partir de 2024.
Podemos exemplificar a diferença de posicionamentos frente ao exemplo do agrotóxico mais utilizado no Brasil, com a sua prescrição em quantidade na água, considerada o máximo para não ser prejudicial à saúde humana. A água brasileira para ser considerada potável deve conter no máximo 500 microgramas de glifosato por litro, enquanto na União Europeia pode ter no máximo 0,1 micrograma de glifosato (o limite brasileiro torna-se 5 mil vezes maior do que o limite apresentado pela União Européia). São dados que fazem os Órgãos de Saúde do Estado considerarem ações de implementação sustentáveis em meio ao processo alimentar.
É nesse escopo que o Hospital San Julian, o maior hospital psiquiátrico do Paraná e segundo maior hospital psiquiátrico público do país, credencia-se em selos sustentáveis de boas práticas. O selo Green Kitchen é um bom exemplo desta empreitada. O selo reconhece nosso sistema de qualidade de descarte de alimentos e também nossa horta orgânica que possibilita servir
mais de 500 mil refeições ao ano. O desafio do cidadão e das empresas é preservar seu padrão de vida e manter o desenvolvimento tecnológico sem exaurir os recursos naturais do planeta, e hoje, o Hospital San Julian pode afirmar que está fazendo a sua parte.