Hospital San Julian no atendimento frente a Alzheimer
Segundo dados disponibilizados pelo Instituto Alzheimer Brasil (IAB), estima-se que mais de 45 milhões de pessoas vivem com demências no mundo (a cada 20 anos esse número tende a dobrar). As demências são doenças cerebrais que causam a diminuição progressiva da capacidade cognitiva, perda de funcionalidade frente ações cotidianas e alterações no comportamento. A doença de Alzheimer é o tipo mais frequente de demência, onde se constata mais de 29 milhões de pessoas acima de 60 anos no Brasil com essa comorbidade.
De acordo com o Dr. Paulo Canineu, médico geriatra pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), uma pessoa pode ter mais de um tipo de demência, como a de Alzheimer e em simultâneo uma doença vascular. O especialista explica que o diagnóstico pode ser realizado através de exame clínico, neurológico e psiquiátrico, além de rastreamento neuropsicológico, exames de sangue e de imagem (Tomografia do Cérebro e Ressonância Magnética do Cérebro). A história clínica também torna-se fundamental quando realizada com o paciente e família ou cuidador.
“Os primeiros sintomas geralmente são de alterações da memória recente, que são progressivos. Também pode haver mudanças suaves de comportamento, ansiedade e depressão, delírios e alucinações, evoluindo lentamente para perda de nexo, incontinências fecal e urinária e imobilidade física, que pode levar a pessoa a ficar acamada”. Dr. Canineu
Uma pesquisa realizada por Fernandes e Andrade (2017) identificou três categorias para entender a doença de Alzheimer: cuidados e família, evolução da doença e avaliação da doença. A primeira categoria “cuidados e família” trata dos problemas relacionados aos cuidados e dificuldades enfrentadas por familiares de pessoas acometidas pela Doença de Alzheimer, quando a doença é progressiva, com diversos estágios e cada um deles exige mudanças e readaptações. Nesse sentido, o estudo mostra que para o cuidador ter condições de se organizar nos âmbitos pessoal, familiar e social é essencial à aquisição de informações e apoios adequados. A partir desse panorama poderá conciliar as suas obrigações de trabalho com o cuidado, pois segundo a pesquisa, cabe a ele dar continuidade aos cuidados básicos que o indivíduo acometido pela doença necessita no seu processo de vida.
Nesse sentido, Moraes e Silva (2009) afirmam:
"O ato de cuidar pode acarretar o desgaste biopsicossocial do cuidador e por outro lado a proximidade dos cuidados com o indivíduo com a Doença de Alzheimer, pode provocar a redescoberta da união familiar, bem como a valorização do ato de cuidar."
A afirmação dos autores nos mostra que, para além dos problemas que um quadro clínico pode trazer, tem seus aspectos positivos no que diz respeito à valorização da pessoa humana, do ente familiar.
A evolução da doença é dividida em três fases: Doença de Alzheimer pré-clínica, comprometimento cognitivo leve (CCL) e demência (INOUYE, PEDRAZZANI e PAVARINI, 2010). Na primeira fase denominada como doença de Alzheimer pré- clínica os sintomas estão relacionados às partes da memória de curto prazo, da flexibilidade no pensamento, do pensamento semântico, dificuldade de dar atenção a algo e a apatia. Na segunda fase conhecida como comprometimento cognitivo leve (CCL) devido à evolução da Doença ocorre uma perda da memória, dificuldade de independência, dificuldade para ler e escrever, limitações para se comunicar, instabilidade emocional, incontinência urinária, episódios de alucinações e agressividade. Na terceira fase denominada de demência ocorrem às perdas graves da memória onde o indivíduo acometido pelo Alzheimer não reconhece rostos e objetos familiares, perde a capacidade de caminhar, a habilidade de se sentar e de sustentar a cabeça (sua mobilidade se degenera com a perda de massa muscular, além da dificuldade de deglutir, linguagem comprometida, incontinência fecal e urinária, gerando assim um quadro de total dependência).
A avaliação da doença vai em direção ao diagnóstico, uma vez que não se sabe ao certo a origem do problema. Segundo Caramelli e Barbosa (2002) as alterações nas células cerebrais poderiam intervir nas funções cognitivas do indivíduo, porém não existe nada concreto pois os exames avançados de ressonância magnética não conseguem diferenciar o indivíduo que apresenta um envelhecimento normal para o que já apresenta os sintomas de declínio cognitivo leve da Doença de Alzheimer.
Podemos observar que a pesquisa levantada e as considerações evidenciadas mostram temas sobre cuidados e família, de maneira expositiva ao lado humano sobre a importância de se oferecer apoio e de contribuir para a superação de dificuldades enfrentadas desde o momento do diagnóstico até as etapas mais avançadas da Doença de Alzheimer.
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Hospital San Julian possui um ambulatório de psicogeriatria, onde trata-se qualquer tipo de comorbidade, como por exemplo, o quadro de demência do Alzheimer. Atendemos pacientes com mais de 60 anos, realizando uma triagem (diagnóstico, medicação e acompanhamento tanto com os pacientes quanto com os familiares). Em resumo refere-se a orientações para a família, orientações de rotina e riscos de sobrecarga frente o cuidador para verificar as causas da demência. A Associação dispõe de profissionais preparados para atender o paciente da forma mais adequada, levando em consideração suas necessidades.
Para o paciente com demência em caso de internamento, tendo como foco a estabilização frente o quadro clínico, dispomos além de médicos psiquiatras e clínicos, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, educadores físicos, farmacêuticas, musico terapeuta, nutricionista, enfermeiros, instrutor de artes, técnico de segurança do trabalho, área jurídica, técnicos de enfermagem e equipe administrativa.
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