O estresse e o burnout estão cada vez mais presentes no dia a dia dos trabalhadores, principalmente pelas alterações recentes do processo de trabalho no contexto da pandemia.
De acordo com a Associação Internacional de Gestão de Estresse (Isma), 33 milhões de brasileiros já lidavam diariamente com as consequências da cronificação do estresse e chegam ao esgotamento mental, em dados colhidos anteriormente à pandemia.
O distanciamento social para conter o novo coronavírus impôs grande fragilidade nas redes de suporte social, que tiveram que se adaptar para manter os vínculos afetivos em meio a relações virtuais.
Além disso, os sentimentos de incerteza, de insegurança, luto e morte iminente marcaram presença nos lares. Dessa forma, após serem submetidos a situações tão intensamente estressantes, muitos profissionais acabaram desenvolvendo a Síndrome de Burnout.
A Síndrome de Burnout é um transtorno causado pelo esgotamento mental. Onde a pessoa tem um prejuízo muito grande da sua produtividade, alteração repentina de humor, cansaço excessivo, e até mesmo sintomas físicos como dores musculares, náuseas e tonturas.
É considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um grave problema de saúde pública, e já é reconhecida como doença ocupacional pelo Ministério da Saúde.
Em resumo, a síndrome se caracteriza por uma tríade composta por exaustão emocional, despersonalização e baixo sentimento de realização. São os principais sintomas do Burnout:
Se não tratada de forma adequada, a Síndrome do Burnout pode acabar desenvolvendo uma depressão grave.
É importante passar pela avaliação de um profissional capacitado na área de saúde mental caso haja alguma suspeita que você, ou alguém próximo, esteja passando por sintomas parecidos.
O diagnóstico da Síndrome de Burnout é difícil, por ser assemelhar muito a quadros de Transtorno de Ansiedade e Depressão, por isso somente pode ser feito por um profissional da saúde, seja ele médico ou psicólogo.
A Síndrome do Burnout não tem um tempo definido de duração. Depende muito de fatores individuais, como recursos psíquicos, e da exposição aos estressores no dia a dia.
Dessa forma, uma pessoa com Burnout precisa reconhecer os gatilhos para o desenvolvimento da doença, de forma a evitá-los e prevenir novas crises.
Pessoas que já passaram pelo Burnout são mais propícias a ter um novo episódio. Isso acontece porque se tratam de pessoas mais sensíveis e porque a maioria delas não busca uma ajuda profissional adequada, dessa forma, acabam desenvolvendo medidas paliativas para se estabilizar e se reerguer, sem retirar o gatilho do dia a dia.
Chega um momento em que a medida paliativa não é o suficiente para sustentar o estressor, e a pessoa acaba desenvolvendo novamente a Síndrome do Burnout.
Além disso, algumas medidas paliativas podem ser prejudiciais como o uso de álcool. Pessoas em sofrimento mental devem evitar o álcool, uma vez que se trata de uma substância depressora do sistema nervoso central e altera a percepção do sensório, facilitando a tomada de decisões impensadas que podem impactar no dia a dia de uma pessoa.
A fim de acabar com os sinais de esgotamento, é importante lembrar que a primeira coisa a ser feita é descansar.
Ou seja, usar o tempo fora do trabalho para “recarregar as baterias”, ter momentos de lazer, encontrar as redes de apoio (familiares, amigos, vizinhos, ou até mesmo ir à igreja), fazer atividade física, gastar um tempo para si, com a sua própria saúde e bem estar.
Outra forma de lidar com o Burnout é evitando os hábitos que causam um efeito reverso e podem piorar o estresse, como o abuso de álcool e uso de outras drogas recreativas.
A montagem de um novo cronograma, com horários específicos para atividades ligadas ao trabalho e atividades de lazer, é importante para delimitar um tempo para descanso e para reduzir os níveis de estresse.
Além disso, é importante reconhecer a importância de um acompanhamento adequado com um profissional de saúde mental.
Somente eles podem dar o diagnóstico, avaliar a necessidade de iniciar alguma medicação e para ajudar a desenvolver estratégias psíquicas para lidar com o cansaço excessivo provocado pelo trabalho, minimizando os déficits na produtividade ocasionados pelo Burnout.
Pessoas com mais inteligência emocional são mais resilientes, por isso, acaba sendo mais difícil passar pelo processo de adoecimento do Burnout.
É importante que os gestores tenham em mente algumas estratégias para prevenir o Burnout entre a sua equipe de trabalho.
Entre eles, criar objetivos de curto prazo, ser flexível e aberto às negociações de prazos, criação de um ambiente acolhedor, com respeito entre os funcionários, e aberto para que o colaborador se sinta à vontade para expor alguma situação acerca da própria saúde mental.
Estimular hábitos saudáveis entre os membros da equipe.
Além disso, há os cuidados individuais, como se programar para ter atividades de lazer durante a semana, praticar regularmente atividade física, fazer alimentações bem balanceadas (reduzindo a quantidade de gorduras e de açúcares consumidos), prezar por uma boa qualidade do sono. Evitar consumo de bebidas alcóolicas, fazer uso da cafeína sem exagero.
Fonte: https://www.conexasaude.com.br/
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