Você deita com a intenção de dormir e, em menos de 30 minutos, o sono chega sem dificuldades. Para muitos, é a norma. Para outros, isso é impensável. Ficar revirando na cama, pensando nos problemas e sofrendo para conseguir pegar no sono é a realidade de diversas pessoas. A insônia e a ansiedade são as principais causadoras desse impasse e, na maioria das vezes, elas estão associadas.
“Antigamente, achava-se que a insônia era um sintoma da ansiedade. Só que aí a gente começou a perceber que, muitas vezes, a ansiedade era tratada e a insônia persistia. Então, atualmente, a gente entende que a insônia e a ansiedade atuam como comorbidades”, explica o dr. João Gallinaro, psiquiatra especialista em sono.
Ou seja, ainda que sejam condições diferentes, elas acabam se potencializando mutuamente: uma provoca o agravamento da outra.
Por exemplo: algumas das manifestações do transtorno de ansiedade generalizada são a preocupação excessiva, a incapacidade de relaxar e o grau de alerta aumentado. Sendo assim, o paciente fica com a mente tão ocupada pelos próprios pensamentos que não consegue pegar no sono, nem mantê-lo. Daí o quadro de insônia.
Por outro lado, quando o paciente já tem insônia, ir dormir pode se tornar um momento de temor. O pensamento de que não vai conseguir pegar no sono traz a preocupação com as repercussões no dia seguinte e ele acaba desenvolvendo um quadro de ansiedade em relação ao ato de ir dormir.
“Hoje, a gente entende que as duas coisas têm um grau de importância parecido e é preciso acompanhá-las em conjunto para ter sucesso no tratamento”, afirma o dr. João.
É por essa relação tão intrínseca que uma pessoa que começa a dormir mal pode ter dúvidas na hora de diferenciar a insônia da ansiedade.
Segundo o psiquiatra, a ansiedade é caracterizada pela preocupação em excesso e dificuldade de controlar os pensamentos. Além disso, ela pode apresentar sintomas físicos, como tensão muscular, taquicardia e falta de ar.
Já a insônia se dá pela dificuldade de começar a dormir, manter o sono ao longo da noite ou voltar ao descanso mesmo quando a pessoa acorda mais cedo do que gostaria.
Para evitar noites mal dormidas por conta dessas condições, o dr. João traz algumas estratégias importantes:
Uma noite de sono ruim, todo mundo tem. Mas se a dificuldade para pegar no sono ou mantê-lo ao longo da noite se tornar persistente e começar a ter repercussões negativas durante o dia, como irritação, cansaço e sonolência, é hora de procurar um médico. E o quanto antes, melhor.
“Quanto mais tempo você fica nesse estado, maior a chance da insônia se tornar crônica e criar raízes. Aí fica mais difícil reverter esse processo”, alerta o dr. João.
Fonte: drauziovarella.uol.com.br
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